De repente do riso
fez-se o pranto
silencioso e branco
como a bruma...
E das bocas unidas
fez-se a espuma
E das maos espalmadas
fez-se o espanto...
De repente
Da calma
fez-se o vento
Que dos olhos
desfez a última chama
e da paixao fez-se
o pressentimento
E do momento imóvel
fez-se a chama
De repente nao mais
que de repente
Fez-se de triste
o amante
E de sozinho
o que se fez de contente..
Fez-se do amigo próximo
o distante...
Fez-se da vida
uma aventura errante...
De repente
nao mais que
de repente
Que no seja imortal
puesto que é chama
mas que seja infinito
enquanto dure...
( Vinicius de Moraes )
martes, 14 de abril de 2009
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