martes, 14 de abril de 2009

Soneto da Separaçao

De repente do riso
fez-se o pranto
silencioso e branco
como a bruma...

E das bocas unidas
fez-se a espuma
E das maos espalmadas
fez-se o espanto...

De repente
Da calma
fez-se o vento

Que dos olhos
desfez a última chama
e da paixao fez-se
o pressentimento

E do momento imóvel
fez-se a chama

De repente nao mais
que de repente
Fez-se de triste
o amante
E de sozinho
o que se fez de contente..

Fez-se do amigo próximo
o distante...
Fez-se da vida
uma aventura errante...

De repente
nao mais que
de repente

Que no seja imortal
puesto que é chama
mas que seja infinito
enquanto dure...

( Vinicius de Moraes )

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